Qualquer bom manual de gestão dirá que, para obter grandes resultados, é preciso manter os colaboradores da empresa contentes com suas funções, interessados e engajados nos processos. Para alcançar isto é preciso muito mais do que uma remuneração justa – as pessoas querem reconhecimento e valorização.

 

O ponto-chave é mais do que simplesmente estabelecer o elogio como prática, mas sim consolidar um sistema efetivo de troca, compartilhamento e aprendizado, com feedbacks e diálogos, e que enxergue o colaborador como parte pensante do grupo.

Segundo o filósofo e educador Mário Sérgio Cortella, autor do livro “Por que fazemos o que fazemos” (Editora Planeta), há hoje uma estrutura de trabalho em equipe muito grande que leva quase à anulação do reconhecimento do indivíduo. Entretanto, é preciso ver o profissional não só pelo viés financeiro, mas de maneira pessoal, autoral.

Terão destaque as organizações que cuidarem dos colaboradores e os ajudarem a aumentar e desenvolver suas capacidades e competências, bem como as que investirem em suas carreiras. Quando a pessoa sente esta atenção, inicia um movimento de reciprocidade – onde o cuidado do colaborador com a empresa nasce em sentir-se cuidado por ela. Sinergia é fruto do reconhecimento.

Terão destaque as organizações que cuidarem dos colaboradores e os ajudarem a aumentar e desenvolver suas capacidades e competências - Ademilar

 

 

Criar estímulos

 

É preciso criar movimentos de estímulo, promover formação continuada e tudo o que faz com que a pessoa ganhe segurança. Um fato defendido por estudiosos é que ninguém é capaz de motivar alguém; o que se pode fazer é estimular. A motivação é movimento interno e individual, mas uma pessoa se sentirá mais motivada se for estimulada a fazê-lo.

Cortella explica, ainda, que as pessoas estão almejando empregos que conciliem satisfação pessoal e a certeza de realizar um esforço útil dentro da sociedade.

 

Saber ouvir

 

Ouvir o outro também é uma forma de reconhecimento: saber o que ele pensa sobre determinadas situações, ouvir suas críticas e ideias. É aconselhável promover ocasiões que levem os colaboradores a refletir sobre a razão de estarem ali e o propósito do trabalho que realizam. Assim, as pessoas que continuam na empresa o fazem de modo mais consistente, persistente e sólido.